Aluna do Castelo Branco participa de Olimpíada de História
Estudantes ganham
reconhecimento tanto em competições do País, quanto em disputas
realizadas no exterior
Estudantes do Ceará, tanto de
escolas particulares quanto de instituições públicas, vêm
alcançando expressivos resultados nas competições de conhecimento
do ensino, nacionais e internacionais. Esse êxito, que torna o
Estado referência no País, tem se acentuado, cada vez mais, nos
últimos anos. Somente nestes nove meses de 2012, um total 32 alunos
se deram bem nas disputas em modalidades diferenciadas como Física,
Matemática, Química e Biologia, no Brasil e no exterior.
Alunos
de instituições localizadas no Estado do Ceará, públicas ou
privadas, também alcançaram um marco importante ao ganhar 21
medalhas de ouro em Olimpíada Nacional de Matemática, em fevereiro
deste ano FOTO: JOSÉ LEOMAR
Esse feito, além de
mostrar o talento dos estudantes, serve para atestar um novo
redesenho no perfil do aluno de escola pública, que começa a fazer
parte desse grupo seleto de vitoriosos. A supremacia cearense não é
coisa nova entre estudantes. Em 2003, na Grécia, somente alunos do
Ceará formaram a delegação brasileira na competição
internacional de Química. Eles conseguiram vagas para representar o
País após ganhar a Olimpíada Nacional em 2002.
O feito se
repetiria em 2006, 2007 e 2009. O destaque dos estudantes na Química
voltou a acontecer, recentemente, quando três alunos conseguiram o
bronze na 44ª Olimpíada Internacional de Química, disputada de 21
a 30 de julho, em Washington, nos Estados Unidos.
Participaram
da competição representantes de 72 países e coube aos alunos
Gabriel Matheus Pinheiro, 3º ano; Ramon Santos Gonçalves Silva, do
3º ano e Vitória Nunes Medeiros, 3º ano, trazerem para o Estado
medalhas de bronze. Estes três destaques do Ceará já vão encarar
a Olimpíada Ibero-Americana de Química, que acontecerá até o dia
1º de outubro, na Argentina.
Nível
Na
mais recente competição estudantil de nível internacional,
acontecida de 3 a 7 de setembro em Cascais, Portugal, dois cearenses
foram destaques nacionais na Olimpíada Ibero-Americana de Biologia.
Alunos do 3º ano, Antônio Pedro Sousa Vieira e Jéssica Silva
Lopes, conquistaram, respectivamente, as medalhas de ouro e
prata.
Outros destaques deste ano podem ser citados, como o
aluno João Lucas Camelo Sá, que ganhou medalha de prata na
Olimpíada Internacional de Matemática, na Argentina. Aliás, João
protagonizou façanha de maior repercussão, sendo admitido para
estudar no valorizado Instituto de Tecnologia de Massachusetts
(MIT).
No campo da Física, o destaque veio das medalhas de
bronze conseguidas por José Luciano de Morais Neto e Lara Timbó
Araújo durante disputa da Olimpíada Internacional de Física,
realizada na Estônia.
O sucesso dos estudantes do Ceará não
se limitou aos que se originavam da rede particular de ensino, alunos
das escolas públicas também brilharam nos últimos anos em
competições de conhecimento científico.
Rubens Cainan
Monteiro, aluno do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará (IFCE), conquistou medalha de ouro na Olimpíada
Nacional de Matemática das Escolas Públicas. Monteiro foi o 53º
colocado em um universo de 18 milhões de estudantes que participaram
da competição.
Os cearenses também alcançaram um marco
importante ao ganhar 21 medalhas de ouro em Olimpíada Nacional de
Matemática, em fevereiro deste ano. O estudante universitário Davi
Lopes Alves de Medeiros, da Universidade Federal do Ceará (UFC) foi
ouro na disputa da Olimpíada Acadêmica de Matemática, na
Bulgária.
Vitórias são resultados de esforço e
superação
Quando o foco é a medalha, o que poderá
advir com a concretização da conquista? E o que há por trás do
resultado? Portas que serão abertas para a carreira acadêmica
futura; ingresso em instituições internacionais ou estudar nas
melhores universidades do País. E o que pode levar a esta
empreitada? Horas de lazer sacrificadas, convívio familiar
comprometido, esforço contínuo e desgastante.
Medalha de
prata na Olimpíada Ibero-Americana de Biologia, a estudante do 3º
ano de escola particular, Jéssica Silva Lopes, 17 anos, que visa
cursar Engenharia Química, no Instituto Militar de Engenharia (IME),
estuda, diariamente, mais de 15 horas e justifica o esforço
ressaltando a carga horária de ensino.
"Na luta pelo meu
objetivo, sacrifico algumas coisas, até importantes, como o lazer,
mas é por uma causa justa. A minha determinação em participar de
olimpíada me exige muito, mas uma medalha custa esforço, noites
pouco dormidas e até renúncias, entretanto, quando ela vem, vira
sonho concretizado".
Disputa
Renata
Cândido Carvalho, aluna do 3º ano, do Colégio Estadual Presidente
Castelo Branco, que participa da 4ª Olimpíada Nacional em História
do Brasil, entende que o nordestino já é marginalizado. "Imagine
o nordestino de escola pública. Neste tipo de escola, é o aluno e o
professor. Se o aluno mostra interesse, o professor o motiva. Ser de
escola pública não significa que o aluno tem que se mostrar menos
capacitado. A olimpíada prova que o ensino público vem crescendo.
Conquistar uma medalha é um sonho difícil de ser conseguido, mas
não impossível, requer sacrifícios", diz ela.
O
coordenador nacional do Programa Olimpíada de Química, projeto de
extensão da UFC, professor Sérgio Melo, afirmou que a olimpíada
funciona como ferramenta útil na identificação de talentos e
adequada para estimular os jovens.
Melo desenvolve um projeto
com objetivo demonstrar que é possível gerar estímulos aos
estudantes das escolas públicas. A iniciativa conta com 85
participantes, todos de escolas públicas de Fortaleza.
ADALMIR
PONTE - Repórter Diário do Nordeste